Uma ocorrência chocante marcou a zona rural de Montanha, no Norte do Espírito Santo. Na última quinta-feira (28), equipes da Força Tática, Patrulha Rural e Polícia Civil prenderam um homem suspeito de matar o próprio irmão por conta de uma dívida de R$ 2.300. O caso teve início no dia 20 de novembro e só foi desvendado após uma série de investigações e relatos familiares.
Antônio saiu de sua residência no distrito de Cristal do Norte, em Pedro Canário, por volta das 17h00 daquele dia. Ele seguia para a propriedade de seu irmão, José de Jesus, localizada na zona rural de Montanha. A viagem tinha como objetivo cobrar uma dívida de R$ 2.300. Contudo, Antônio não retornou para casa, o que gerou estranhamento entre seus parentes.
No dia seguinte, 21 de novembro, José foi até a casa de Antônio em Cristal do Norte acompanhado por um táxi. Ele recolheu vários pertences do irmão, incluindo uma TV de 42 polegadas, um ventilador e uma botija de gás. Segundo o relato de familiares, José afirmou que Antônio havia decidido permanecer em Montanha e o autorizou a buscar os objetos.
O desaparecimento prolongado e a falta de contato com Antônio fizeram com que seus parentes registrassem um boletim de ocorrência. Durante o relato de uma irmã na Delegacia de Polícia Civil de Montanha, José apareceu para formalizar o desaparecimento do irmão, alegando estar sendo pressionado pela família.
Contradições revelam a verdade
Ao ser interrogado, José deu várias versões conflitantes. Ele afirmou que Antônio havia saído para pescar e, por volta das 18h00 do dia 21, montou em sua motocicleta e seguiu em direção a Montanha, de onde partiria para Cristal do Norte. Porém, imagens de câmeras de monitoramento não mostraram Antônio ou sua motocicleta nos os da cidade.
Com as informações inconsistentes e diante da pressão policial, José confessou o crime. Ele relatou que, após uma discussão sobre a dívida, pediu ao irmão que dormisse para conversarem no dia seguinte. Na madrugada do dia 21, enquanto Antônio dormia, José o golpeou com um machado, matando-o no local.
Tentativa de ocultar o crime
Após o homicídio, José enrolou o corpo da vítima em colchões e o jogou em um buraco na propriedade rural, onde ateou fogo. Ele alimentou as chamas ao longo de todo o dia na tentativa de destruir qualquer evidência que pudesse identificar a vítima.
Polícia recupera bens e encontra restos mortais
Com as informações fornecidas pelo acusado, as equipes da Força Tática, Patrulha Rural e Polícia Civil localizaram os restos mortais de Antônio no local indicado por José. Os bens subtraídos da vítima foram recuperados e o autor do crime, José de Jesus, foi conduzido à Delegacia Regional de Nova Venécia, onde permanece à disposição da Justiça.
